Nos dias 16 e 17 de Junho de 2018, realizam-se estes encontros organizados por Joëlle Ghazarian na Quinta dos Bardinhos, a 8 km de Portalegre e a 12 km de Castelo de Vide
Programa
SÁBADO 16
Aperitivo: pequena mostra da Oficina Arara (Porto) sobre o empolgante tema «A abolição do trabalho».
15h00 – BEST(A) OFF TOUR
Apresentação sonora pelo actor Nuno Pinto do seu enigmático registo fonográfico editado por 8 MM, editora italiana sedeada no Porto.
Nuno Pinto, actor de teatro e de cinema, performer, vive misteriosamente algures na capital do Norte, a cujas altas sombras rejuvenesce. Tem feito diversas abordagens cénicas ao surrealismo, em particular ao português.
16h00 – 200 ANOS DE RESISTÊNCIA À SOCIEDADE INDUSTRIAL
Com Jorge Leandro Rosa. Mote: Ivan Illich e a pobreza modernizada.
JLR, ensaísta e tradutor, continua a definir-se como ecologista e não-violento, mas está atento aos equívocos. Colabora regularmente em revistas culturais nacionais e estrangeiras, tendo sido co-editor da revista Nada. Desenvolve investigação sobre a sociedade industrial e as perspectivas do seu colapso, o decrescimento e as políticas (e poéticas) da Terra. Tem vindo a pensar a tradição libertária, não apenas a partir das actuais circunstâncias, mas também atravessado pelo que não tem circunstância.
18h30 – Luiz Pacheco Essencial
António Cândido Franco apresenta o seu mais recente livro (edição Maldoror – Letra Livre, 2017). Síntese e fulcro: «Luiz Pacheco é o maior continente submerso da literatura portuguesa».
ACF, ensaísta, romancista, poeta, professor na Universidade de Évora, é director e editor d’A Ideia – Revista de Cultura Libertária. Tem dedicado estudos essenciais e inovadores à obra de Teixeira de Pascoaes e ao surrealismo em Portugal, e à ligação entre ambos. Em
2015 deu a público a sua monumental biografia de Agostinho da Silva, O Estranhíssimo Colosso.
20h00 – Jantar
21h30 – Encontro com o poeta chileno Jesús Sepúlveda
De passagem por Lisboa e o Porto, Jesús Sepúlveda estará entre nós a propósito da edição portuguesa do seu manifesto sobre o «anarquismo verde», O Jardim das Peculiaridades, e dos seus poemas traduzidos na revista Flauta de Luz.
Residente nos Estados Unidos, professor de escrita criativa na Universidade do Oregon, entre as suas publicações são de destacar a antologia Poemas de um bárbaro (2013), que inclui Hotel Marconi, livro que deu origem à longa-metragem homónima realizada no Chile em 2009, e o ensaio, editado nos EUA, sobre a grande poesia da América Latina, Poets on the Edge (2016). O seu manifesto sobre o «anarquismo verde», traduzido em inglês, francês, italiano, é publicado em Portugal por Textos Subterrâneos, de Lisboa, com prefácio de John Zerzan e tradução de Pedro Morais, seu anfitrião em Portugal.

Jesús Sepúlveda é um dos poetas mais notáveis entre os que começaram a escrever no tempo da ditadura chilena (1973-1990). Com obra publicada em mais de quinze países e textos dispersos em revistas europeias, tem chamado a atenção de críticos e estudiosos de países tão distantes como a Austrália e a Finlândia.
DOMINGO 17
10h00 – Deambulação peripatética, provas de chás, cafés e o que houver
11h30 – Apresentação da revista Flauta de Luz nº 5
por Júlio Henriques, com a participação de Ana Cardoso Pires, Jorge Leandro Rosa, António Cândido Franco e Joëlle Ghazarian.
«Com 300 páginas de ensaios, entrevistas e poemas, servidos por magníficas ilustrações, este interessantíssimo “boletim de topografia” tem como missão cartografar problemas centrais do nosso mundo. É uma revista lenta, para ler com tempo e disponibilidade mental. No nº 5, aborda a resistência das culturas indígenas, num tempo de “destravado desenvolvimento da sociedade industrial como super-organismo tendencialmente totalitário”. Imperdível.» (Expresso, 19 de Maio de 2018)

13h00 – Almoço
14h30 – Agência Calipo
Os fotógrafos Luís Vintém e José Vicente apresentam a Agência Calipo, fundada em 2014, colectivo de fotógrafos com linguagens visuais e técnicas fotográficas muito distintas que partilham entre si a discussão de ideias, a partilha de conhecimento, a vontade de produzir trabalho de qualidade e de intervir no espaço público através da fotografia. A Agência Calipo expõe regularmente o trabalho dos seus membros, contando já com oito exposições. São membros da Agência Calipo Alice WR, Ana Bacharel, Filipe Canário, João José Bica, José Eduardo Real, José Vicente, Luís Vintém, Manuel Falcão Malzbender, Marcin Górski, Mário Tavares e Rui Cartaxo Rodrigues. (Ao lado: foto de Luís Vintém publicada na revista Flauta de Luz, nº 4)

16h00 – Uma arte de ver e palpar: joalharia de Diana Silva
Diana Silva, que migrou da região de Lisboa para uma floresta na serra de São Mamede (Portalegre), começou os seus estudos de joalharia no Ar.Co., Centro de Arte & Comunicação Visual, em Lisboa, em 1996, onde em 2002 completou o Curso Avançado de Artes Plásticas. Em Itália fez o curso de moldes de cera e microfundição (Campus dell’Arte di Fausto Maria Franchi, em Todi) e uma espe- cialização com Manfred Bischoff em Alquimia (Scuola di Gioielleria Sperimentale e Design, Florença). Em 2005 completou o curso de lapidação artística de pedras na Fachbereich Edelstein Schmuckdesign, em Idar-Oberstein, na Alemanha, e em 2008 concluiu o Mestrado em Jewellery, Silversmithing & Related Products, no Institute of Art & Design de Birmingham, na Inglaterra. Fez várias exposições na Europa e nos Estados Unidos. Deu aulas no Birmingham Institute of Art & Design (Inglaterra), na associação de permacultura Tribodar (Nisa), na Kornucópia, projecto cultural e de desenvolvimento sustentável (Sintra), e continua a professar no Ar.Co.
Como chegar
Vindo do lado de Portalegre, seguir em direcção de Castelo de Vide. Atravessar a aldeia da VARGEM, continuar mais uns 2 km, ao longo de uma recta, até ao Café Fonte do Sapo, situado à direita (toldo branco exterior). Logo a seguir, cortar à esquerda, seguindo a direcção de FORTIOS. Um quilómetro e meio depois, é a primeira casa à direita, ao fundo do terreno. A meio, dorme uma caravana velha, branca, à sombra de um frondoso carvalho. Abrir o portão verde enferrujado, com duas discretas iniciais cabalísticas, AD, que significam, traduzidas, «amanti distratti».
Vindo do lado de Castelo de Vide, seguir em direcção de Portalegre. Uns 10 km depois do cruzamento que indica o rumo de Portalegre, cortar à direita, no primeiro aglomerado de casas, junto a um painel do correio, seguindo o rumo de FORTIOS. Um quilómetro e meio depois, é a primeira casa à direita, ao fundo do terreno. Idem.
Contactos
Telefones: 245 203 555 ou 966 977 572